Processos de Soldagem
Os processos de soldagem, seja para a união primária, revestimento ou a manutenção de peças e materiais, apresentam características e funções específicas, com equipamentos, objetivos e resultados bastante particulares. Neste post abordaremos os principais processos existentes e o significado dos termos e técnicas fundamentais.
Quer saber mais sobre processos de soldagem? Acompanhe a seguir o glossário que preparamos!
Eletrodo revestido (arco manual)
É a forma mais comum de soldagem, principalmente por sua versatilidade, baixo custo e simplicidade de operação. Esse tipo de soldagem envolve uma fonte de corrente constante, eletrodo revestido, porta eletrodo, garra negativa, cabos de solda, peça a ser soldada e os EPIs.
Os eletrodos variam quanto aos seus revestimentos. Sejam celulósico, rutílico, básico ou altíssimo rendimento. Suas principais funções são isolar a alma de aço do eletrodo, proteger o metal de solda do oxigênio e do nitrogênio do ar, estabilizar e direcionar corretamente o arco elétrico e adicionar elementos de liga (como cromo, níquel, molibdênio e vanádio) ao metal de solda.
A soldagem por eletrodo revestido pode empregar tanto correntes alternadas (CA) como contínuas (CC). A seleção da fonte de energia deve levar em conta a espessura do metal de base e os eletrodos que serão utilizados. Assim serão selecionados transformadores (CA), retificadores (CC), geradores (CC) ou inversores (CC) de acordo com a solda a ser realizada.
Processo de solda TIG
Na soldagem TIG (Tungsten Inert Gas), o arco elétrico se estabelece entre a peça de trabalho e o eletrodo de tungstênio, que não se consome. A poça de fusão e o elétrodo são protegidos contra os efeitos do ar atmosférico por um gás inerte, cujo fluxo é direcionado por um bocal que circunda o eletrodo e quando necessário é adicionado metal de adição.
A soldagem TIG foi desenvolvida a partir da necessidade de maior eficiência na soldagem de materiais difíceis, como alumínio e magnésio, em indústrias de grande porte, com destaque para a aeroespacial. Por ter ótimo controle sobre a poça de fusão, pode ser considerado um processo de soldagem de altíssima qualidade, porém de grande dificuldade para os operadores devido a exigência de precisão.
Esse processo é largamente utilizado na indústria alimentícia (acabamento sanitário), soldas de manutenção e soldagem de passe de raiz (tubulações, vasos de pressão e etc). Sendo os materiais Soldáveis por TIG são: Aço carbono, Aço Inox, Aluminio, Magnésio, Ligas de Níquel,Titânio, Zircônio, Cobre, Bronze, Ouro.
Vantagens do Processo: Melhor acabamento do cordão de solda, ótima qualidade das propriedades mecânicas na soldagem, processo que visa a estanqueidade e acabamento sanitário, em determinadas espessuras e preparações, não necessita de metal de adição (solda autógena)e pode ser feito em qualquer posição.
Desvantagens do Processo: Baixa produtividade e alto custo de implantação.
MIG/MAG
A soldagem por arco elétrico com gás de proteção consiste em estabelecer um arco entre a peça e um consumível (arame). Este será fundido continuamente enquanto um fluxo de gás inerte ou ativo protege o metal de solda.
A soldagem MIG (Metal Inert Gas) utiliza gás argônio, para soldagem de alumínio, aços inoxidáveis e cobre. Já a soldagem MAG (Metal Active Gas) usa gás mistura de Co2 e argônio para soldagem de aço carbono e suas ligas.
A soldagem MIG/MAG pode ser feita em processo manual ou automático. No manual, são necessários apenas a tocha, seus acessórios e a fonte de energia. No automático, com a possibilidade de transporte da peça ou a necessidade de atividades repetitivas de soldagem, a montagem do conjunto segue padrões um pouco distintos e dispositivos como pórticos, fixadores e caixas de controle remoto podem ser empregados.
De acordo com a corrente de soldagem, o diâmetro do arame, o comprimento do arco e as características da fonte e do gás, as técnicas de transferência de metal poderão variar entre os modos de curto-circuito, globular spray e pulsado. As principais vantagens da MIG/MAG são: soldar em qualquer posição, não haver perdas de pontas nem a necessidade de remoção de escória, alta taxa de deposição do metal de solda e altas velocidades de soldagem.
Arco Submerso
A soldagem por arco submerso também utiliza o calor produzido por um arco elétrico para fundir os metais, mas se destaca pela cobertura da ponta do arame de soldagem e do material a ser soldado por um fluxo de mineral granulado. Este é responsável por suprimir faíscas, respingos e fumos. É essa cobertura que justifica a ideia de submersão do arco, que sequer é visível durante o processo.
Este processo envolve uma fonte de energia, arame de adição, um alimentador do arame e o fluxo que será utilizado. É sempre realizado de forma automática, num processo simples e com altíssimo rendimento, taxas de deposição muito satisfatórias e segurança elevada, mas esbarra em algumas limitações. Por depender da distribuição do fluxo, só se considera seu uso em soldagens planas e horizontais, aplicado a qualquer espessura de chapa acima de 6mm.
As vantagens do processo são: elevada velocidade de soldagem, maiores taxas de deposição, elevada intensidade de corrente (até 2000 A), boa integridade do metal de solda, processo de fácil uso, melhor ambiente de trabalho e maior segurança do operador.
Arame Tubular
Esse tipo de soldagem é semelhante aos processos MIG/MAG e arco submerso. Ele consiste em utilizar arames ocos com fluxos em pó em seus interiores que podem conter diversos ingredientes, como:
- Minerais;
- Ferros-liga;
- Desoxidantes;
- Materiais que forneçam escória ou gases de proteção.
Nesse último caso, os arames se classificam como do tipo autoprotegidos, mas, em geral, necessitam de gás de proteção externa, sendo mais recomendados pela alta qualidade dos resultados.
As vantagens do arame tubular são:
- Alta qualidade do material depositado;
- Excelente aparência da solda;
- Boa penetração;
- Baixo índice de respingos;
- Aumento significativo de produtividade em relação ao arame sólido;
- Alta taxa de deposição;
- Alta densidade de corrente;
- Facilmente mecanizado.
As desvantagens do arame tubular são:
- Produz uma cobertura com escória que deve ser removida;
- Arames com proteção gasosa pode ser afetada por brisas e ventos;
- Mais geração de fumos comparado com arame MIG;
- Movimento de mão somente “puxando”;
- Riscos de inclusão de escória.
Oxicombustível
É um dos processos mais antigos utilizados na soldagem. A fusão dos metais de base, com ou sem metais de adição, são fundidos através da queima de uma mistura de gases por um maçarico, dispositivo responsável por dosar essa mistura. A solda é a adição do mesmo metal ao metal base, que após o resfriamento se tornara único.
A combinação mais comum para esse tipo de soldagem é a de oxigênio com acetileno, como comburente e combustível, respectivamente.
Com equipamentos baratos e versáteis, ainda é bastante utilizado principalmente em chapas finas, tubos e aquecimento localizado, onde sua eficiência é maior. Também proporciona pouca fadiga ao operador, tanto no manuseio quanto no conforto visual, além de poder ser automatizada e realizada em todas as posições. No entanto, tem baixas taxas de deposição, não é econômica para chapas mais espessas.
Gostou de saber mais sobre os principais processos de soldagem no nosso glossário? Com qual deles você está mais familiarizado e qual gostaria de conhecer melhor? Deixe um comentário aqui no post nos contando!
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Olá, sou aluno do curso técnico em eletromecânica pelo IFPA-CMI.Estou realizando uma pesquisa acadêmica e necessito esclarecer uma dúvida em relação ao tipo de corrente utilizada na soldagem MIG/MAG e TIG.
A dúvida é a seguinte:Por que a corrente CC+ na soldagem MIG/MAG possui maior potencial de penetração e na soldagem TIG, menor penetração. Além disso, porque quando a corrente utilizada é CC-, a soldagem MIG/MAG possui menor potencial de penetração e já a TIG, maior penetração.
Ficarei agradecido se responderem com maior antecedência.Abraços, IFPA-CMI.
Obrigado a todos pela atenção informação sobre processo de solda muito útil
Prezados Senhores, Bom Dia! Gostaria de saber se VCS ministram cursos de processos de soldagem em ligas de titânio e de alumínio. Desde já agradeço a sua atenção, Atenciosamente, Carlos Frederico.
Prezados, boa tarde!
Nós trabalhamos com o processo de solda oxicombustível para soldar peças fundidas tais como, Blocos de Motores para caminhões. As vezes a dureza da peça na região soldada, fica um pouco alta em relação a especificação do Bloco de motor da Volvo Caminhões – Especificação 190 a 240 HB. Pode provocar desgaste excessivo de ferramenta ou quebra de ferramenta durante a usinagem. Gostaria de saber o que devo fazer para garantir a faixa de dureza especificada.
Atenciosamente
Adorei o assunto. Parabéns pela explicação!
Muito bom eu gosto de tudo q se trata de solda